Eu sou do tipo que pensa
Minha casa, minha vida
Com a função de sangrar
E não estancar a ferida
Uma pepita que tu acha
Mano já Cossa virilha
Hoje se "fudi" no Sol
Amanhã é outro dia
Lá em casa falta aguá
Minha filha tá gravida
Minha muié me espera
A despedida foi dramática
Já faz mais de um ano
Eu ainda cavucando terra
Querendo achar riquezas
Pra ter uma vida plena
Voltar rico comprar um sitio
Se aposentar com pé de meia
Tô devendo das cachaça
O que eu achar o hoje, é de graça
Calango do barro 7
Ratio minha barraca
Perdi a minha lamparina
Minha "butina" e minha inchada
Aqui é mundo cão moscou perdeu
Filho da puta mo cusão
Só levou o que eu precisava
Eu já veio e cansado com divida pra pagar cavucando com a mão
Pra minha família não chorar
Sei que falta pouco
Preciso continuar
Logo, logo eu faço a boa
E vou embora desse buraco
REFRAO
Corrida atrás de ouro
Pra poder ficar rico
Virar dono de sitio
Não trampa mais no garimpo
Correndo atrás do ouro
Quero o meu descanso
Fazer o pé de meia
Vê neto viver sorrindo
E eu tô tossindo e já faz mais de uma semana
A dor no peito é tanta que as vezes até sangra
Quando eu voltar e parar
Talvez isso resolva
Só vou sair daqui quando for de vento e poupa
Cavando metros e mais metros
O Sol não da uma trégua
Avisto a pepita amarela
Cavucando bati em algo
Insisti e vi um brilho, então depois de lavado
E pesado no pelo seu Milton
Vi o que tinha achado
Eu sonhei e realizo
Não acredito eu tô salvo
Devo logo sair disso antes que eu fique preso
Me afundando nessas merdas que são como os vícios
Que me levam pro precipício
Ahh tô na corrida do ouro, fiz minha vez, tô no estouro, tô na discreta, saindo
No "sapatin" pro
Olho gordo, não me invejar nem me ver, ó, vo' tá tipo fumaça, no formigueiro
Ligeiro que se mosca
Morte abraça
Já faz um ano, quero pega meu neto no braço, vou da pra filha um abraço
Minha levar pro
Quarto, cansado desse ar pesado, sou mais um sobrevivente, a cada morte
Aumenta o medo
Do amanhã chegar sua vez de
Morre na treta, disputa por território ou nas condição precária, que foi dada pra
Nós ou no
Olho maldito que inveja tudo e destrói ou pros militar na vigilia coçando os "zói"
Fui pro setor dos doutor, pega o que é meu e já era, cada minuto de espera
Sonhava longe de
Serra, fico pensando, que terra vou escolher pra compra, mas fui cortado, ó
Chego minha vez
Chega esperar
Pegou a pepita e pesou, fui vendo as nota caindo, a cada monte formado, era
Mais largo o
Sorriso, botei na mala e fui indo, paguei as cachaça do Assis, a caminho do
Portão olhei pro céu
E sorri
Vitória é minha, mal posso esperar pra mostra isso aqui, volta pra casa e muda
Tudo, liberdade
A surgir, quando subi na caravana uma fita estranha senti, o mano do barranco
7 também tava
Ali
Fiquei a pampa, se quiser guerra então "nóis" também quer, um calafrio nas
Costa, faz fica alerta
Ao que vier, vou liga o rádio, pra ver se espanta um pouco essa neurose, deixa
Mente relaxa
Mano só pensa na dose
Cheguei na cidade, bati "mó" rango de almoço, comprei bombeta e "but" , logo
Parto pro
Aeroporto, descendo a rua estranho o clima, sinto um gelado no peito, sinto a
Mão ficando
Fraca, e vi o vermelho escorrendo, caio ajoelhado, na mente só passa
Desgosto, filha da puta
Deu a facada e eu nem consigo olha pro rosto, minha voz já nem sai, só movo
Meu braço, não
Acho a mala "caraio" , meu coração ficando fraco, mais de mil pensamentos
Todos em casa, vejo
Um semblante, uma luz, ouço barulho de aguá, sinto um beijo repousando
Senti gosto de
Magoa, sinto meu corpo ficando e cheiro de vela apagada